BARRIGA – UM MERGULHO NO CENTRO DO CORPO, DA VAIDADE E DAS EMOÇÕES
Achei tão interessante e informativa a
reportagem sobre barriga que a revista TRIP escreveu na edição de março, que me
arrisquei a fazer um resumo e colocar
aqui no meu blog.
Hoje em dia se dá muita importância para
uma barriguinha”sequinha”, “enxuta”, “sarada”, o que não se vê falar é da
importância da barriga ou abdome, como preferirem, no nosso corpo. É bom
lembrarmos que ela fica no centro do nosso corpo, que existe um CORE, que é uma
espécie de cinturão de músculos e estruturas ao redor do abdome e que se
estende até o dorso, sendo o centro da força e do equilíbrio do corpo, é o que
dá sustentação e estabilização à nossa coluna. Por isso a importância de todo
mundo ter um abdome forte e saudável, do obeso ao idoso. Pouca gente sabe, mas
uma hérnia de disco pode começar com um abdome fraco, que leva a uma
instabilidade da coluna.
Ao entendermos a vitalidade dessa área
para o dia a dia, ao sacarmos que ela é o centro do nosso corpo e que tem essa
função de interligar todas as nossas partes, iremos escolher trabalha-la, seja
por exercícios físicos ou respiração ou uma combinação dos dois.
Respirar fundo é básico para se sentir
melhor e para não ter barriga proeminente, pois o diafragma responsável pela
respiração, é um músculo intimamente ligado ao medo e ao estresse. E quando estamos em estresse ou medo ele
“respira curto”, e isso causa dezenas de problemas. Em cidades como Saõ Paulo,
o predador está presente o tempo inteiro, na forma de chefe, rivais,
violências, então a gente respira curto sem notar. Com a tensão que isso gera,
o diafragma é empurrado para baixo, na direção do chão, pressionando todos os
órgãos e forçando o abdome para frente, pronto...está instalado a barriguinha
indesejada.
O tão sonhado abdome definido depende
muito mais do que se come(ou deixa de comer) do que o exercício que se faz.
Se não bastasse a importância da barriga
no nosso corpo físico, ela tem grande importância no aspecto emocional. Ela nos
diz muita coisa, ela é um campo fértil para as somatizações, que é um nome
genérico que se dá a transformação de emoções negativas em males físicos.
Quando pesquisado o complexo sistema
nervoso, que comanda a digestão, os cientistas começaram a elucidar a ligação
evidente entre a barriga e nossos sentimentos – e a entender o que a medicina oriental já
dizia: que é preciso digerir bem o medo, a raiva e a angustia. E que o físico e
emocional são inseparáveis.
A vida emocional tem relação direta com os
hábitos alimentares, e o funcionamento da digestão é diretamente influenciada
pelas emoções. Os estudos mostram que existe uma rede de neurônios que comanda
a função digestiva e nos revela que boa parte dos neurotransmissores que circula
pelo corpo, carregando emoções e sensações, tem origem no intestino, incluindo
a serotonina, hormônio do prazer e bem estar.
A medicina tradicional chinesa, que
considera a barriga “o centro do homem”, estabelece com precisão como cada
emoção negativa altera o funcionamento dos órgãos. O baço, pâncreas e estômago
metabolizam a comida, transformando-a em um substrato sem o qual nada no corpo
funciona. Se a energia dos órgãos se desequilibra, o substrato acumula, gerando
obesidade, por exemplo. Esta desarmonia pode vir de excessos alimentares ou
emocionais: para os chineses, preocupação excessiva, pensamentos obsessivos
esgotam a energia do baço e a raiva afeta o fígado.
Para medicina ayrveda, praticada há 5 mil
anos na India, a barriga abriga o AGNI, um fogo metabólico que processa não só
comida, mas tudo que experimentamos: emoções, memórias, sensações. Se o AGNI é
ou está fraco, toxinas e emoções se acumulam, gerando dor, suscetibilidade à
infecção e obesidade, assim como depressão, fadiga e dificuldade de se
manifestar, sendo assim, a barriga é nosso centro das emoções, da energia, é
como se fosse uma segunda mente. Neste ponto, a neurociência concorda, pois
existem cem milhões de neurônios acomodados dos esôfago ao ânus – mais do que o
resto do sistema nervoso periférico inteiro – o aparelho digestivo é, de fato,
um segundo cérebro. A grosso modo, nossos pensamentos e emoções são
influenciados pelo que acontece nos intestinos, e vice-versa.
Para a medicina antroposófica, o abdome
está ligado à vitalidade e à força de vontade.
Com tantos fios conectando as emoções a
digestão, parece claro que, para o bem da barriga, é preciso cuidar da cabeça –
e vice-versa.
Dicas básicas para fortalecimento do
abdome, estimular as funções digestivas e serenar as emoções:
- práticas voltadas diretamente
para a barriga, como ioga, tai chi e pilates
- exercícios aeróbicos
regularmente
- respiração de forma consciente,
profunda e suavemente, sentindo o abdome se expandindo e retraindo
- alimentação equilibrada
- ingerir bastante líquido
Nenhum comentário:
Postar um comentário