O que causa a
psicossomatização não é o acontecimento em si, mas sim a consciência que ela
traz para a pessoa e ela rejeita. Na verdade, adoecemos não por temos
problemas, mas sim porque nós recusamos ver nossos problemas (devido a censura).
A boca e sua
estrutura guardam em sua “memória” as mais diversas emoções, sentimentos e
simbologias. Basta lembrar que nosso primeiro contato de satisfação,
intimidade, afeto e prazer ocorreu na cavidade oral através da amamentação.
Os dentes nascem
e o sugar dá lugar ao morder, abocanhar e há uma clara conotação ao instinto de
luta, de agressão e sobrevivência, acompanhadas pela sensação de independência
e poder. Ruminamos emoções, rangemos os dentes contendo nossa agressividade
instintiva.
Com o tempo vem
a aceitação do individuo no meio social, afinal “os dentes são o cartão de
visitas de uma pessoa” como se costuma dizer. Assim o sorriso tem a imagem
clara de bem estar, confiança, alegria, segurança, acolhida e aproximação.
O sentido do
paladar nunca deve ser negligenciado, afinal lembramos do “gosto da infância”,
“gosto de festa” e dos “tempos amargos” simbolizando alegrias e tristezas no
que se aprende com a boca.
Prazer e boca
formam assim associações das mais diversas, não podendo ainda nos esquecermos
do prazer do beijo, do carinho, do sexo em si. Impossível falar em beijo sem
falar de sexo e vice-versa. A boca fica sendo assim uma zona erógena por
excelência.
Os cirurgiões-
dentistas continuarão obviamente a restaurar e alinhar dentes, a confeccionar
placas de mordida e implantar dentes artificiais, mas uma reflexão profunda
tanto por parte dos pacientes como dos profissionais é necessária sempre, assim
como interação multidisciplinar com outros profissionais da área da saúde para
proporcionar o bem estar e prevenção sempre tão almejadas.
A biocibernética
bucal, vê o individuo como bem mais do que simplesmente uma boca. Cada paciente
que chega ao consultório é um intrincado sistema de correlações, que vai da
cabeça aos pés, e é absolutamente único.
Segundo a
biocibernética bucal, cada agrupamento de quatro (4) dentes se liga a um
determinado sistema e a um tipo de emoção. Explicando melhor: quando o sistema
digestivo atinge a maturidade, nascem:
- primeiros molares definitivos – estão ligados à vitalidade
- incisivos centrais – se associam ao sistema neural e, por extensão, a sua personalidade, ao comportamento
- incisivos laterais – órgãos dos sentidos e a afetividade, história familiar e integração social
- primeiros pré-molares- glândulas sudoríparas, rins, bexiga e pulmão; plano psicológico – segurança pessoal;
- segundos pré- molares – sistema respiratório e a estabilidade emocional
- caninos – sistema circulatório e a maneira de amar, atacar e defender-se;
- segundos molares – ligados à puberdade, aparecimento dos hormônios sexuais e órgãos de reprodução;
- sisos – que complementam a personalidade, representam a percepção que o individuo tem de si mesmo.
Mexer na boca é
mexer com uma carga emocional fortíssima. Ex: a tendência a arrancar os dentes de
siso, quando eles estão bloqueados por algum motivo, diminui as possibilidades
de o individuo se encontrar como pessoa. O que, se por um lado pode determinar
alguém que vive uma eterna busca, por outro pode levar a um nível permanente de
insatisfação e uma necessidade constante de aprimoramento. O que também pode
resultar em altos níveis de desempenho profissional e intelectual, exemplifica o Dr. Newton Nogueira, dentista, adepto da
odontologia sistêmica.